13 julho 2009

Memória olfativa

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Ontem senti um cheirinho de polenta queimada na panela. Voltei aos meus 10 ou 12 anos cercando ansioso minha avó Nena à espera da polenta ficar pronta. Não era exatamente pela polenta que eu esperava, mas pelo cascão que se formava na panela. Se era certo essa casca se formar não sei, mas para mim não teria graça sem ela. Ainda me lembro dela separando as lascas num prato, abrindo uma lata de manteiga Aviação e eu me acabando de comer. Minha memória olfativa é com certeza muito mais saudosa que a visual e ela me prega peças com frequência. Seja pelo perfume de “Dama da noite” no passeio com meus cães, por um cheirinho de Alfazema em alguma mulher anônima ou o aroma de polenta “saindo”. Feche os olhos e pense no cheiro de alho e cebola sendo refogados à espera do arroz e engula a saliva!

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