22 novembro 2019

Ito San. Moderninho sem saber...


Após me formar em gastronomia, em nossas viagens sempre alguns dias eram reservados para conhecer restaurantes e para provar novos sabores. A experiência era sempre focada no sabor!
Pois bem, essa foi nossa terceira vez em Buenos Aires e nas vezes anteriores, fomos a restaurantes de chefs premiados que nos surpreenderam, como era de se esperar. Porém, dessa vez, optamos por conhecer lugares frequentados mais por portenhos do que por turistas. Mas pesquisando por lugares ainda mais low-profile, descobrimos o Sukiyaki.
Fica difícil saber por onde começar a descrever a noite que nos foi proporcionada.
A experiência começou com a dificuldade de encontrar o local, que sem nenhuma identificação nos deixou reticentes em bater na porta.
Entre as dicas que conseguimos, uma era de que não deveríamos chegar antes do horário reservado. Então, as 20h em ponto batemos na porta de vidro protegida por uma grade enferrujada. Pouco depois, sem muita pressa surge Ito San!
Um "odisan" de uns 70/80 anos, de camiseta branca puída e encardida, chinelo velho e calça larga.
Informamos que éramos quem tinha reservado o jantar das 20h.
Ele abriu a porta, a grade e entramos, ou melhor, passamos para um universo paralelo em pleno San Telmo.
O local, um salão com umas 5 mesas, objetos empilhados por todo lado como geladeiras quebradas, pilhas de jornais e revistas, posteres do Japão e Argentina bem antigos e amarelados. Um balcão separava o salão da cozinha parcialmente visível.
Nos sentamos como se estivéssemos a espera do chefe de polícia local.
Ele perguntou se queríamos beber, diante da afirmativa, nos mostrou a geladeira pré-histórica e que poderíamos nos servir.
O cardápio não existe, ele serve o que quiser!

Moderno sem saber!

27 janeiro 2011

Tragaluz - Tiradentes



O restaurante Tragaluz em Tiradentes fui uma grata surpresa. A começar pelo ambiente muito aconchegante onde fica claro que um garimpo de peças exclusivas de decoração resultou num clima mineiro sim, mas sem a mesmice de todos os outros restaurantes tipo "clima mineiro para turista ver". Depois de suspirarmos com tudo ao nosso redor, pedimos um Côtes Du Rhône para abrir os trabalhos da noite. De entrada escolhemos Foie de pato com patê de figado de galinha que veio com uma lâmina de presunto cru, azeite, pimenta rosa, flores de cebolinha e tomate seco. Ficamos impressionados com o tamanho e sabor do prato. Fácil, poderia ser o prato principal.
Raquel pediu
picadinho de filé mignon, tostado e cozido ao molho escuro de vinho com legumes e cogumelos, acompanhado de purê de batata, banana ao melado de rapadura, ovo e enroladinho de couve, que ela adorou. Eu fui de Pintada Tragaluz: galinha D´Angola cozida no molho escuro acompanhada de ravióli recheado de abóbora. Pra comer de joelhos!
De sobremesa sorvete de gengibre e calda (não nos lembramos de quê).
Conheça www.tragaluztiradentes.com .

25 janeiro 2011

Um Vecchio Sogno



Nosso outro compromisso na capital mineira era conhecer algumas criações do Chef Ivo Faria, do Ristorante Vecchio Sogno. Com 3 ambientes com decoração e "clima" distintos, adega climatizada de onde se pode ver a cozinha em ação e um atendimento impecável, o restaurante prometia uma noite memorável. Vinho na mesa, pedimos a entrada: creme de abóbora com laranja, curry verde, sinfonia de mar e rúcula fresca. Só não lambemos o prato por educação...rs. Raquel pediu a codorna recheada com funghi, foie gras, acompanhada de risoto e crocante de amêndoas ao molho de ameixa e eu fui de estufado de javali com azeitonas secas, zimbro e polenta mole. É fácil sentir o talento do chef e a competência da brigada quando todos os sabores descritos no cardápio são sentidos nos pratos. Divino! Conheça: www.vecchiosogno.com.br .

Casa Cheia em BH




Em nossa programação para Belo Horizonte, não poderíamos deixar de incluir o Mercado Central. Como todo mercado a mistura de cheiros e aromas é contagiante e um belo "abridor de apetite". Antes de ocupar os braços com caçarolas e frigideiras de ferro, decidimos almoçar no Casa Cheia - Comida caseira e de boteco. Ambiente "copo sujo", frequentado por todos e com um cardápio surpreendente pro tamanho da cozinha, que é aparente. A história do bar acompanha a do próprio Mercado Central. A matriarca Maria de Jesus, hoje com 75 anos, é a primeira a chegar ao local e além de descascar batatas, confere o tempero e serve quase todos os pratos, com a ajuda dos filhos. Entre suas criações estão o mineirinho valente, um caldo de canjiquinha com linguiça defumada, lombo, espinafre e queijo de minas, servido em caldeirão de ferro. Raquel ficou com o cozido de carneiro, porco, linguiça e legumes, arroz de brócolis e hortelã. Delicioso! Eu fui de almôndega exótica, feita com carne de sol recheada com queijo canastra e guarnecida de creme de abóbora e manjericão. A cerveja, geladíssima!

24 janeiro 2011

Obrigado Roberta!




Uma das mais gratificantes descobertas de minha última viagem aconteceu graças e a uma dica da chef Roberta Sudbrack publicada na Prazeres da Mesa Tendências - Mercearia Paraopeba e Roninho. No retorno do Rio, fiz questão de conhecer a Mercearia Paraopeba, em Itabirito, a 50 km de BH. Para muita gente, tudo que se encontra na Paraopeba, é descoberta, para mim é memória. Memória olfativa do fumo de corda, da linguiça defumada, do bacalhau e da mistura de tudo isso. Memória visual do penico de ágata, da atiradeira, das sacas de fubá, de farinha de milho e da mistura de tudo isso. Memória gustativa da cachaça branquinha, do queijo canastra, do mandiopã, da goiabada cascão e a mistura de tudo isso. Memória de viagem, da caderneta de fiado, dos "causos", da simplicidade da vida caipira, do escambo e da mistura de tudo isso. Ali tem de tudo um pouco, e muito do país de Minas. Procure no Youtube por Paraopeba e viaje nas histórias do Roninho e na história da Paraopeba. O cheiro, só pegando a estrada mesmo até Itabirito. Muito obrigado Roberta!

23 janeiro 2011

2011 promete ...



Assim que os restos da ceia de Natal deixaram de existir, partimos de carro rumo às areias de Copacabana para o reveillon e planos de um retorno a Brasília com paradas sem pressa por Petrópolis, Tiradentes, Ouro Preto, Congonhas, Belo Horizonte, Maquiné e Caldas Novas. Como de custume a busca por novos sabores, mesas consagradas ou curiosidades gustativas acabou sendo uma das prioridades, além de muito calçamento de pedra e igrejas.
Uma das paradas marcantes (e saborosas) foi no Restaurante "Pau de Angú", (estrelado pelo 4 Rodas com 3 estrelas) localizado entre Tiradentes e o vilarejo de Bichinho. Uma solitária casa avarandada, com decoração típica de fazenda mineira, "perdida" no meio de um pasto, com acesso por estradinha de terra. Nosso pedido, além, é claro, de uma cachaça da casa para abrir o apetite e uma cerveja geladíssima, foi frango caipira com ora-pro-nóbis, que, para quem não conhece, é uma erva caipira que para alguns lembra a couve. Estava simplesmente divino. E seguindo a simplicidade da culinária mineira, o frango vinha acompanhado de abobrinha, jiló, chuchu, couve e quiabo refogados, angú, dois caldeirões pequenos de feijão preto e carioca e arroz branquinho. Quase tudo vindo direto da horta que fica atrás do restaurante. Para finalizar, uma mesa de quitutes mineiros incluído no preço "da gula".
Para quem quer conhecer o Pau-de-angú, acesse www.restaurantepaudeangu.com.br.

05 julho 2010

Licença Poética



No dia 26 de junho, servi meus canapés no desfile de lançamento da coleção da grife "Licença Poética". Roupas moderninhas, cheias de apliques e poemas bordados.
Acima um dos canapés que criei exclusivamente para esse evento.